sábado, 9 de junho de 2012

Há sempre uma razão


 Hoje tive um dia daqueles.... A minha paciência e as minhas ferramentas (que supostamente são muitas..) foram testadas até a exaustão pelos meus filhos. Muita gente hoje descreveriam os meus filhos como mal comportados ou até muito mal comportados...
Foto do Erik (quando tinha 3 anos)
Os brinquedos estavam pela casa toda, incluindo as almofadas do sofá. O televisor ligado com o som alto (mas acho que ninguém estava a ver). O chão  "condimentado" com migalhas e cereais. Ninguém interessado em ajudar com nada, além de que as lutas entre os meus dois filhos mais velhos eram constantes. Para facilitar o meu filho de 4 anos transformou-se num tigre que não percebia "línguas humanas" e só sabia responder rauuuuuurrrr e divertia-se a atacar o irmão mais novo..... (e eu quase que me transformei numa grande tigreza).

Mas eu sei que há sempre uma razão.

Muitas vezes estamos focados no comportamento específico da criança. Aquele comportamento indesejado que temos a nossa frente. Identificamos o comportamento como o problema, quando na realidade é um sintoma de algo mais profundo.  

No Family Lab partimos sempre do princípio que a criança está a colaborar. Embora isto as vezes não pareça muito óbvio e a criança está a fazer tudo ao contrario (chamamos isso "colaboração espelho"). Mas a criança está sempre a querer ajudar (inconscientemente). 

Vê este filme, com uma intervenção do Anthony Robbins. Trata-se de uma menina de 13 anos que se tentou suicidar. Um caso bastante particular, mas dá nos uma boa ideia de como a criança está sempre a colaborar...



O caso da Hannah é um caso extremo, sem dúvida. Mas a mesma teoria sobre a colaboração da criança pode ser aplicada em relação aos comportamentos no dia-a-dia na família (e na escola).

De que forma é que o meu filho está a colaborar comigo? O que é que ele me está a querer dizer?

As vezes a verdadeira razão do comportamento pode ser desafiante decifrar. Mas muitas vezes se nos focarmos em parar por uns instantes, se decidirmos olhar além do comportamento, se pararmos com as tentativas de corrigir o comportamento errado... então sabemos, com alguma facilidade, o que se passa. E hoje foi um dia desses, em que eu sabia, muito bem, qual o "problema"... é que hoje foi o 9º dia consecutivo sem o Pai em casa. E eu sei, que hoje eu estava com muitas saudades, e os meus filhos também.

Quando o teu filho começa com um "comportamento indesejado", começa por reagir lentamente! Para! Observa! Respira! Reflete! Faz perguntas! Reflete! Observa! VÊ o teu filho! E perceberás qual a real razão.

Há sempre uma razão. 

E ao perceberes a razão, vais poder escolher a tua estratégia com uma consciência bem diferente do que quando ages unicamente com o comportamento como base para a tua intervenção. Sendo que, ajudar o teu filho a gerir as suas emoções é um bom sítio para começar e se reagires com ultimatos, consequências e castigos passas uma mensagem muito diferente daquela que eu imagino que gostarias de passar...

o teu filho e vais te ver a ti mesmo. Agradece a alerta e o convite para continuares no teu caminho de desenvolvimento pessoal.


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3 comentários:

  1. So true and so useful. For me the key lies in waiting - taking a step back - and instead of acting out my anger or need to control my son in accordance to his (mis)behaviour trying to see what is behind and adress that instead.
    I have seen that even when taking my time I sometimes cannot see why he is doing what he is, but then at least I am calmer and can hug him and tell him of my intentions to help him solve whatever it is he is feeling.And that goes a looong way.

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    1. Sim, nem sempre conseguimos, nem precisamos de saber qual a razão por trás. Basta aceitarmos que há uma razão válida, e ouvirmos e estarmos lá para a criança.

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