Ultimamente
tenho pensado muito em elogios e a forma que os fazemos à crianças…
aquilo que a maior parte de nós faz quando uma criança (o nosso
filho, sobrinho, neto ou amiguinho) nós vem mostrar um desenho….
“Que lindo!!” ou quando o nosso filhote desce o escorrega… “Muito
bem!”…
Muitas vezes, entre pais e filhos, os elogios tornam-se uma forma de exprimir amor… Mas elogios não são amor…
Claro
que não é só mau elogiar os filhos, é como com muitas outras
coisas, não é sempre aquilo que fazemos que define o resultado, mas
como e porquê….
Acredito
que uma das tarefas mais importantes que tenho como mãe é ajudar os
meus filhos a criar uma boa auto-estima. E já há algum tempo,
cheguei a conclusão que não ajudo os meus filhos dando elogios por
tudo e por nada. Pelo contrário. Torno-os dependentes de validação
externa para se sentirem bem.
Só
se se tiverem feito um esforço extraordinário com alguma coisa, é
que escolho elogiar. Em outras situações procuro alternativas aos
habituais elogios. Deixa-me dar uns exemplos:
“Que
lindo! Vestiste-te sozinho! Muito bem!” posso substituir por “Fico
muito feliz por te vestires sozinho. É uma grande ajuda para mim!”
“Jogaste
futebol tão bem hoje! Foste o melhor!” na realidade se calhar posso
dizer “Gosto muito de te ver a jogar futebol, parece que te estás a
divertir muito!”
“Arrumaste
muito bem o teu quarto. Linda menina!” poderia ser substituído por
“Adoro quando o teu quarto está assim tão arrumado. Assim
sentimo-nos todos melhor! Obrigado pela tua ajuda!”
(Já agora, “repensar” os elogios pode ser um bom exercício também entre casais. Por exemplo, em vez de dizer “Cozinhas tão bem!”, podíamos experimentar “Obrigado por cozinhares tão bem! É muito bom para mim e algo que aprecio mesmo muito.”)
A
alternativa ao elogio chama-se reconhecimento. Após estudo, leitura
e experiências com os meus próprios filhos, acredito que o
reconhecimento, e não o elogio, é a melhor forma para ajudar
crianças a desenvolver uma auto-estima saudável.
É
fácil acreditar que elogios, e comentários positivos são melhores
que crítica (negativa), mas percebi que isso é pensar a curto prazo.
Há quem diga que crianças que passam a infância a ouvir muitos
elogios como elemento dominante na educação tornam-se inseguras e
dependentes de aceitação e validação de outras pessoas.
E
infelizmente já vejo algumas tendências dessas também nos meus
próprios filhos… que obviamente têm muitas outras influências além
dos pais… e não é fácil, quando o filhote vem a correr com o desenho
que fez e diz: “Ó Mamã, está bonito?” e eu “apenas” digo: “Gosto
muito de ver todos os teus desenhos. Esforçaste-te muito ao
desenhar. Conta-me sobre o teu desenho!” (ou qualquer coisa do
género)
É um desafio, mas hoje em dia estou convencida que é o melhor para ajudar os meus filhos, e outras crianças que passam pelo meu caminho, a criarem uma auto-estima sólida. Uma auto-estima que não é dependente de constante validação externa.
É um desafio, mas hoje em dia estou convencida que é o melhor para ajudar os meus filhos, e outras crianças que passam pelo meu caminho, a criarem uma auto-estima sólida. Uma auto-estima que não é dependente de constante validação externa.
O meu próximo passo é conversar sobre isto nas escolinhas dos meus filhotes…. ;o)