Na educação de crianças trabalho com uma
premissa básica que no fundo é válida para qualquer relação:
“Demonstra o mesmo respeito à criança que gostavas que
ela te demonstrasse a ti.”
E por simples que pareça essa premissa, temos
todos desafios de a integrar, de realmente viver de acordo com a ideia de que
merecemos, todos, o mesmo respeito. Adultos, velhos, amarelos, gays, negros,
altos, professores, heterossexuais, baixos, polícias…. e crianças!
Já escrevi a este respeito antes, e a maioria
das pessoas dizem-me que estão de acordo e que é óbvio… mas depois o que vejo, é
completamente diferente. São aplicadas muitas exceções, porque a criança tem de
“aprender” a respeitar os adultos… Se educarmos com a ideia de que eu como
adulto tenho mais poder do que a criança, que posso mandar em certas situações
porque eu é que sou adulto… então ainda estou longe da premissa.
Noto que muita gente fica com dúvidas em relação
a se isto funciona mesmo… é como se cada conflito que temos com a criança fosse
uma prova que isto, na realidade, não é bem assim… que não é assim tão simples.
Que ainda precisamos da autoridade que “ganhamos” só por sermos pais. Gostaria
então de salientar que nunca disse que tenho o objetivo eliminar os conflitos!
Os conflitos são essênciais para o desenvolvimento das crianças e para o nosso
desenvolvimento. O objetivo nunca é o de evitar conflitos, o objetivo é viver o
respeito mútuo.
Acredito que as crianças nascem com a capacidade
de desenvolver empatia, acredito que as crianças nascem com uma enorme vontade
de contribuir para o bem estar das outras pessoas e principalmente dos pais.
Acredito que as crianças são seres sociais que querem fazer parte do grupo, que
querem funcionar no grupo.
Nós, como pai,s temos a possibilidade de ajudar
as crianças a estarem em contacto com o seu interior e estarem em contacto com
estas capacidades. E para isso acontecer, temos que proporcionar as melhores
condições para a criança. Infelizmente nem sempre fazemos isso…
Ralhamos. (Agora estás te a portar muito mal!)
Ameaçamos. (Se não parares com isso agora, não podes jogar mais!)
Utilizamos a culpa e a vergonha. (Já devias saber que isso não se
faz!)
Desvalorizamos as emoções (Não tens razão
nenhuma para estar triste!)
Questionamos as necessidades (Como é possível já
teres fome?!)
Quando comunicamos desta forma com as crianças
dificultamos o processo de se manterem ligadas ao seu interior, não aprendem
sobre as suas próprias emoções. A criança começa-se a questionar, e em vez de
estar focada em como contribuir, procura proteger-se. E essa proteção, muitas
vezes é o que nós adultos chamamos “falta de respeito”.
Por isso, nos momentos em que sentes que uma
criança (ou qualquer pessoa com quem te estejas a relacionar) te está a faltar o
respeito, pergunta-te primeiro se o teu comportamento antecedente demonstrou
todo aquele respeito que gostavas de obter. E analisa também a tua reacção a
essa falta de respeito. Reagiste com respeito, ou podias ter reagido de outra
forma?
Para mim a formula é simples, a sua aplicação
pode ser desafiante, mas se tivermos paciência e calma (e se eliminarmos a ideia
de que os conflitos são um falhanço), vamos obter resultados fantásticos…. procura abraçar a falta de respeito, com ainda mais respeito.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
10 formas de cuidares e aumentares a tua Auto-Estima como adulto
Ultimamente tem-me aparecido muitas vezes a pergunta
“Como se desenvolve a auto-estima num adulto”? E embora isso não tenha
diretamente a ver com as crianças... indiretamente tem! Porque, como costumo
dizer, o melhor presente que podes dar ao teu filho é tratares bem de ti mesmo,
assumires responsabilidade em relação a ti (e às tuas relações).
Em primeiro lugar, deixa-me fazer uma distinção entre
auto-estima e auto-confiança.
Auto-estima tem a ver com o que sou e como me
relaciono com isso. Tendo uma auto-estima saudável relaciono-me bem com tudo
que sei sobre mim, aceito-me a mim mesmo exatamente como sou. A boa auto-estima
funciona como uma espécie de sistema imunitário que nós ajuda a lidar com situações
onde estamos a ser questionados, atacados, em situações de bullying etc. Quanto
melhor a minha auto-estima, mais facilidade tenho de lidar com estas situações.
A auto-estima é que me faz sentir bem em relação à mim mesma.
A auto-confiança está ligada a situações específicas e
a prestações, por exemplo estou auto-confiante a dar formação, a jogar futebol
ou a fazer contas. A auto-confiança pode-me fazer sentir bem em relação a uma situação
específica.
A ligação entre auto-confiança
e auto-estima é pequena. Ter uma boa auto-confiança em várias áreas não melhora
a minha auto-estima. Mas, se eu tiver uma boa auto-estima, ter baixa
auto-confiança em algumas áreas não se torna um problema.
Por exemplo, se eu decidir tornar-me pianista vou
iniciar aulas de piano. Nas aulas de piano descubro que tenho muita dificuldade
em aprender a tocar. Se tiver uma baixa auto-estima, vou lidar mal com essa
descoberta, se tiver uma alta auto-estima vou lidar bem com a mesma descoberta.
Se por outro lado perceber que estou a gostar muito e que tenho jeito e energia
para investir no treino, posso desenvolver auto-confiança em relação ao tocar
piano.
E então o que faço para aumentar e manter a minha
auto-estima?
1. Assumo a responsabilidade por mim! Sou eu, unicamente eu, que sou
responsável por mim. Mais ninguém. Quando sou auto-responsável faço as coisas
por mim e não pelos outros em primeiro lugar. E quando faço pelos outros é uma
escolha minha, ponderada, com qual me sinto bem e não tenho grandes dúvidas.
Entendo e conheço (e procuro conhecer cada vez mais) os meus limites e os meus
valores. Sei dizer que não às pessoas, mesmo às pessoas que mais amo, às
pessoas que me assustam, às pessoas com quais me comparo e às pessoas que quero
impressionar...
2. Trabalho o meu auto-reconhecimento e a minha auto-compaixão! Reconheco tudo
o que tenho de bom e tenho compaixão comigo mesma em relação às coisas menos
boas. Um exercício que se pode fazer é no final do dia é escrever 3 situações
que aconteceram durante o dia. Coisas que fiz menos bem e coisas que fiz bem.
Depois imagino que não fui eu que fiz aquelas coisas, mas outra pessoa que amo
muito. A seguir troco essa pessoa por mim mesmo e procuro sentir o que senti
pela outra pessoa, por mim.
3. Nada de comparações! Muitos de nós comparámo-nos constantemente com outras
pessoas. Em tudo: ela é uma melhor mãe, ele é mais inteligente, ela é muito
mais bonita, ele é mais forte…. A questão é que só nós nos podemos comparar com
nós próprios. E mais ninguém. Quando começo a comparar-me com os outros,
imagino um grande sinal de Stop! e procuro encontrar uma imagem boa de mim na
mesma situação.
4. Sou congruente! Procuro sempre a congruência, quando sou congruente estou
alinhada com os meus valores e os meus limites. Sou auto-responsável, e assumo
responsabilidade por mim. Quando estou incongruente estou a “comer” a minha
auto-estima.
5. Tenho mais auto-compaixão! Quando tenho compaixão comigo mesma consigo aceitar
àquilo que sou, o que é fundamental para a auto-estima. Essa aceitação não quer
dizer que nunca vou mudar nada, não quer dizer que fico passiva. Pelo
contrário, ao aceitar, consigo transformar em algum melhor! Quando conheço e
aceito os meus lados menos bons, consigo também trabalhar para os melhorar.
6. Falo das minhas emoções! Não consigo frisar o suficiente a importância de
exprimirmos as nossas emoções. Principalmente quando se trata de emoções como
culpa e vergonha que são grandes inimigos da auto-estima. É importante lembrar
que não há culpa, há responsabilidade. Eu não tenho culpa de nada mas posso ser
responsável. E quando penso nas minhas emoções também penso sobre como me sinto
em relação àquilo que sinto. Muitas vezes é esse o grande problema. “Tenho
vergonha porque estou apaixonada por uma mulher.” (ou seja sinto amor, mas o
problema é o que sinto em relação à isso).
7. Estou no aqui e agora! Este momento é o único que consigo realmente
influenciar. É neste momento que consigo parar e pensar um pouco sobre aquilo
que sinto, penso e acho… É neste momento que me posso ficar a conhecer melhor.
8. Tomo conta de mim! Faço coisas que gosto. Arranjo tempo para mim. Não sinto
culpa por ter momentos auto-centrados (em que é provável que algumas pessoas me
chamem egoísta). E se sentir culpa, deixo a emoção estar, mas não faço
diferente, a emoção vai acabar por descarregar. Trato do meu corpo tal como da
minha mente. Há tempo na minha agenda também para mim!
9. Faço amor comigo! Pois, estou a falar de masturbação (mesmo! ;)). Masturbação é
uma forma fantástica para me ficar a conhecer melhor. Tem tudo a ver com
responsabilidade, prazer e limites. Tem tudo a ver com auto-conhecimento. E tem
tudo a ver com amor-próprio. Se não souber o que me dá prazer, nunca
o vou ter.
10. Medito! Pelo menos de vez em quando. Desafio-me a ficar sozinha comigo
mesma e o que se está a passar no meu corpo e na minha mente.
Quanto mais gosto de mim, quanto mais vejo as coisas boas e mim, quanto mais aceito as coisas menos boas em mim, quanto mais compaixão tenho por mim... mais vou conseguir sentir o mesmo pelos outros.... Quanto melhor a minha relação comigo, melhores as minhas relações com os outros.
Será que o mundo seria um lugar melhor se tivéssemos todos mais auto-estima?
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
O João- uma pequena história sobre ver ou não ver
Era uma
vez um menino chamado João. O João tinha 6 anos e era um menino muito amoroso,
mas muito, mas muito mal comportado. Por volta dos dois anos os pais do João
experienciaram as primeiras “birras” e as primeiras verdadeiras “asneiras” do
João. Entenderam que era a chamada “idade das birras” e aguentaram o melhor que
puderam, aplicando diversos métodos de educação através de dicas de amigos e
familiares e através dos livros e artigos de educação que foram lendo. Como
nada parecia funcionar, confortaram-se com o facto de que o João estava na
“idade das birras” e que ia passar… Aos 4 anos os pais do João começaram a
ficar um pouco preocupados com o comportamento do João. A idade das birras
nunca acaba? questionavam eles.
O João era
um menino sempre apoiado e incentivado, elogiado, premiado, e amado. E os pais
do João não entendiam de onde vinha àquele comportamento. Eram pais bastante
ocupados, com carreiras importantes, e estavam a começar a sentir-se esgotados
com a situação do filho. Castigos de todo o género, palmadas, time outs,
ultimamente até tinham instituído um quadro de bom comportamento lá em casa.
Uns dias até parecia que o João estava motivado para receber o barco de piratas
do Playmobile… outros estava-se a borrifar. O número de auto-colantes colocados
no caminho para a prenda, ainda eram poucos, e os pais do João estavam mesmo a
desanimar.
Certo dia,
a mãe do João consegui acabar o projeto em que estava a trabalhar um pouco mais
cedo e viu que ainda dava para ir às compras antes de ir buscar o João à
escola. Mas este dia a Mãe sentiu algo diferente, sentiu uma vontade enorme de
ir buscar o João e leva-lo com ela às compras. Mas, ela estava maluca? Levar o
João às compras? Não, mais valia fazer as compras primeiro e depois ir buscá-lo
à escola, “ele fica melhor a brincar com os amiguinhos mais um pouco”. A Mãe
sentou-se no carro, ligou a música, distraiu-se, e quando deu por ela, estava a
porta da escola do João! Sorriu, e pensou. “Pronto, hoje é mesmo para ser. Vou
fazer compras com o João.” E inspirou profundamente.
As compras
com o João correram surpreendemente bem. Só houve uma pequena chatice quando a
mãe se recusou de comprar mais Bakugans, mas de resto, ela estava realmente
satisfeita. Ainda por cima, durante o tempo todo, ela e o João tiveram uma
agradável conversa e a Mãe sentiu-se mesmo presente.
Ao
sair das compras decidiram ficar um pouco a brincar no parque infantil que
estava mesmo ao lado do supermercado. O João ficou feliz da vida e correu para
os baloiços. A Mãe aproveitou para fazer um telefonema importante enquanto o
João brincava. Ao desligar, olhou para o telefone, e decidiu desligar o som,
sem sabendo bem porquê. Ouviu o João a chamar. “Mamã, mamã! Olhe para mim aqui
em cima!” A mãe viu o João em cima do maior escorrega do parque. Sentiu um
pequeno frio na barriga quando viu o filho tão alto, mas não disse nada. Olhou
para o João, olhou-o mesmo nos olhos, por uns momentos só existia ela, e o
filho… sorriu, levantou a mão, e acenou.
Muito baixinho disse “Estou-te a ver
João, estou-te a ver…”. E ali, naquele momento, percebeu, que o João nunca mais
ia ser o mesmo. Que a vida daquela pequena família ia ser muito mais tranquila
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
O meu Manifesto de Mãe
Sou uma grande fã da Brené Brown. Para quem ainda não viu o TED Talk dela sobre vulnerabilidade aconselho vivamente ver.
Há muito tempo vi um manifesto escrito por esta senhora fantástica, e hoje apareceu-me esse manifesto de novo.
A diferença entre hoje e de outra vez foi que decidi escrever um manifesto meu. Um manifesto de Mãe, um manifesto de mim para os meus filhos.
É um exercício poderoso, aconselho-te a fazer o mesmo.
O meu Manifesto de Mãe
Acima de tudo, quero que saibas que és amado, exatamente como és. Amo-te independentemente do que fazes, dizes ou pensas. Amo-te por seres tu.
O amor é tudo, e quero que vejas esse amor na forma como te trato e também na forma que me trato a mim.
Quero que saibas que o teu lugar no mundo tem sempre valor. Tu tens sempre valor.
Prometo que vou praticar auto-compaixão, prometo que vou abraçar as minhas próprias imperfeições para te perceberes que na imperfeição podemos encontrar a perfeição… e que somos sempre dignos de amor.
Na nossa família vamos ter coragem de nos mostrar como somos, vamos ter coragem de ser vulneráveis. Vamos partilhar as nossas histórias de esforço e as nossas histórias de força. Vai sempre haver lugar para ambas.
Vamos aprender sobre compaixão, praticando compaixão por nós mesmos primeiro, e depois juntos. Vamos mostrar e honrar os nossos limites, vamos confiar e vamos assumir responsabilidade por nós mesmos.
A nossa integridade é sagrada. A tua e a minha.
Vais aprender a pôr-te em causa olhando para os meus erros e a forma como os corrijo. E vais ver que consigo pedir o que necessito e consigo falar sobre o que sinto.
Vamos praticar muita gratidão.
Quero-te deixar sentir todos os sentimentos, todas as emoções, sem te tentar salvar delas. Estarei ao teu lado para te ajudar no processo.
Nos dias de incerteza, quero mostrar que o mais importante é o nosso amor.
Vamos rir, dançar, brincar, criar, amar… Juntos, vamos poder ser nós mesmos.
Não te vou ensinar ou mostrar nada na perfeição… vou-te deixar ver-me, a mim, abertamente. E eu prometo que te vou ver sempre a ti. Vou-te ver, verdadeiramente, vou-te ver sempre a ti.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
A menina da mamã e a auto-estima
No domingo coloquei um status no Facebook que gostaria de explorar
um pouco mais. A minha intenção às vezes pode ser provocar, mas principalmente
quero fazer questionar, refletir, pensar…. Por isso, convido-te a fazer isso
mesmo, questionar, refletir e pensar e levar daqui deste blog aquilo que faz
sentido para ti.
Noutro dia ouvi a seguinte frase, dita por uma mãe que estava
contente por a filha ter ajudado a arrumar os
brinquedos:
“Linda
menina, ao ajudar estás-te a portar muito bem. Assim és a menina da
mamã!"
Qual será a intenção desta frase? Provavelmente a mãe quis
incentivar a filha a ter um “bom comportamento”, provavelmente quis demonstrar a
sua gratidão, satisfação e, provavelmente, quis reconhecer o esforço da filha.
Ou seja, a intenção foi boa e positiva.
Qual é o problema com esta frase então? Certamente não a intenção.
E também não haverá grande problema se a criança ouve este tipo de coisas poucas
(muito poucas) vezes. Mas, vamos então olhar melhor para a
frase:
“Linda menina, ao ajudar
estás-te a portar muito bem.” – porque é que queremos que a criança ajude a
arrumar? Para se portar bem (e porque tem medo de ser excluída, ter vergonha ou
de ter sentimentos de culpa) ou porque quer contribuir para o bem estar
do sistema onde está inserida?
“Assim és a menina da mamã!"
– será que quero mesmo passar a mensagem que a minha filha só é “a menina da
mamã” se ela fizer o que eu lhe digo, e só quando ela se “portar bem”. Será que
quero passar a mensagem que a minha filha só tem valor para mim nestas
situações?
Ó Mia, mas agora estás mesmo a exagerar! Não é assim tão grave...
Não sei se é grave ou não, só sei que os efeitos a longo prazo
deste tipo de frases não ajudam a desenvolver e solidificar a auto-estima dos
nossos filhos. Mas, claro que isso também depende de quais são os meus objetivos
como mãe ao longo prazo.
Neste exemplo específico a mãe provavelmente quis reforçar que
gostou mesmo do comportamento da filha e que gostava que ela tivesse sempre esse
comportamento. Se o nosso objetivo for ter uma criança com boa auto-estima, que
sabe o que é empatia e que gosta de contribuir para o sistema porque sente isso
do seu interior (e não porque tem medo de ser avaliada, castigada, de ter
vergonha ou sentir culpa), então gostaria de dar um exemplo de como um feedback
mais específico, sem julgamentos, e principalmente um feedback pessoal, pode
ser:
"Muito obrigada, filha. Foi muito importante para mim teres
ajudado, gosto muito de trabalhar em equipa contigo."
Ao exprimir-me desta forma, estou a falar do meu ponto de vista pessoal, digo o que é importante para mim como mãe e a criança fica a conhecer-me a mim um pouco melhor. Estou a dar valor sem avaliação e julgamento, que é chave no desenvolvimento da auto-estima. Estou a ser autêntica e estou a exprimir as verdadeiras razões da minha satisfação. A minha filha consegue aprender algo sobre mim, sobre o que é trabalho em equipa, um pouco sobre o mundo, sem ideias de certo e errado. Mantenho também a intenção inicial e ao mesmo tempo consigo apoiar a criança no caminho de solidificar a sua auto-estima.
Ao exprimir-me desta forma, estou a falar do meu ponto de vista pessoal, digo o que é importante para mim como mãe e a criança fica a conhecer-me a mim um pouco melhor. Estou a dar valor sem avaliação e julgamento, que é chave no desenvolvimento da auto-estima. Estou a ser autêntica e estou a exprimir as verdadeiras razões da minha satisfação. A minha filha consegue aprender algo sobre mim, sobre o que é trabalho em equipa, um pouco sobre o mundo, sem ideias de certo e errado. Mantenho também a intenção inicial e ao mesmo tempo consigo apoiar a criança no caminho de solidificar a sua auto-estima.
Queres saber mais sobre como desenvolver a auto-estima do teu
filho?
Então participa no Workshop "Desenvolver a auto-estima do seu filho" (1-12 anos) no dia 3 de Outubro na Life
Training Academy em Leça do Balio, Porto. Mais informação e inscrições aqui:
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
É preciso ter respeito!
E começaram as escolas! Tanto crianças como pais… todos
ansiosos pelo início. Tinha pensado em escrever um artigo sobre iniciar a escola,
mas as ideias deram uma volta…
Ontem foi a reunião de apresentação para os pais na escola
da minha filha mais velha que hoje inicio ou seu 3º não na escola primária. Para
mim, foi uma reunião interessante, e frustrante. Sempre quando vou à estas reuniões
gerais com muita gente, sinto compaixão pelos professores e professoras que
estão a frente de um multidão de pais. Ao mesmo tempo fico frustrada por ninguém
lhes ensinar como comunicar nestas situações, e outras (e parece-me também que
a maioria deles também não faz este investimento).
De qualquer modo, a razão número um pela forma bastante agressiva
e chata que se comunica nestas reuniões, não tem nada a ver com falta de
formação em comunicação. Tem a ver com medo. Mesmo que muitos dos professores
possam não o admitir, o medo é tão visível. E da mesma forma que estas pessoas
comunicam com os pais, comunicam com as crianças (ou até pior ainda). Acredito
que o medo é exatamente o mesmo, o medo de não ser respeitado (que no fundo
está ligado ao medo de não ser amado).
Na reunião que assisti ontem, houve uma altura em que a
diretora do agrupamento exclamou: “E
agora chegamos à altura de falarmos sobre o RESPEITO! É que é preciso ter RESPEITO PELA AUTORIDADE.”
Até tomei nota no meu caderninho….
Sempre quando ouço esta frase fico a tremer um pouco, e tenho
que fazer exercícios de respiração. Acredito que é mais do que óbvio, que
devemos ter respeito por qualquer pessoa que encontramos no nosso caminho. Mas, eu não ensino os meus filhos a
respeitar autoridades. Procuro ensinar os meus filhos a respeitar pessoas (e
animais, e a natureza…). E basicamente, só tenho uma única forma de o fazer. Dar o exemplo. Dar o exemplo. Posso conversar tudo o que quero (e pode ajudar um
pouco com os mais velhos), posso castigar, premiar, chatear….. mas nada disso
será útil para o meu objetivo final como educador, se o objetivo não for que a
criança só respeite pelo medo ou porque tem algo a ganhar.
A única coisa que pode realmente fazer a diferença é a forma
como EU respeito as pessoas à minha volta. E a seguir, a forma que outros
adultos (avós, professores, educadores, treinadores, amigos) na vida da criança respeitam outras pessoas.
E o meu filho aprende sobre respeito em todas as interações
que tenho com outras pessoas e ele está presente.
Quando falo com o polícia que parou o carro, quando
vou às finanças, quando falo com a professora, quando falo com os meus pais,
quando falo ao telefone com o meu chefe….
Se eu for “bem educada” nestas situações todas, e só respeito
a pessoa porque ela tem “autoridade”, então o meu filho vai sentir e integrar
isso. E por outro lado, se eu respeitar porque acredito profundamente que é
isso que devo, e quero fazer, então o meu filho vai sentir e integrar essa
forma de estar.
É a diferença entre respeitar por medo ou respeitar por
amor. Respeitar só com a mente, ou também com o coração.
Que tipo de respeito queres ensinar aos teus filhos? Que
tipo de respeito queres que seja ensinado nas escolas?
Achas que o mundo poderia ser um sítio diferente se aprendêssemos
todos “o respeito” por amor?
Subscrever:
Mensagens (Atom)